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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Capacitação

Capacitação

Bem, falando mais rasteiramente, eu diria que o conceito de capacitação, quando aplicado a seres humanos soa meio dissonante, não sei.
Mas, supondo que o treinamento de pessoas para exercer certas atividades mereça este nome, capacitação, como aliar esse conceito ao exercício da arte?
Estamos falando da "capacitação" dos "excluídos" ou dos adestradores/professores?
Se nos referimos aos professores, eu diria que a preocupação é bem válida, (na teoria, pelo menos) pois é comum vê-los atendendo aos jovens, como quem faz caridade. Super envolvidos. Absortos em sua tarefa judaico-cristã de fazer o "bem" ao próximo. Não enxergando ali, a perpetuação dessa exclusão. Não repensando suas metodologias; ignorando a herança cultural desses jovens; impondo-lhes sua cultura e seus gostos pessoais como se ETs chegassem na terra e afirmassem que não sabemos nada e que "Música" de verdade é aquilo de que eles gostam!
Pior ainda, se aplicarmos o termo capacitação para o ensino de arte aos jovens em situação de "risco social", pois aí temos uma falácia absolutamente gritante:
O convívio com a diversidade musical, o acesso a instrumentos musicais diversos, o mínimo contato com a linguagem musical tem como finalidade oferecer uma profissão a esses jovens?
Seria como se professores de literatura do ensino regular instigassem seus alunos a pretender serem todos, escritores em busca de um "Best Seller"...
Acredito que o acesso à linguagem musical seja um direito de todo ser humano. Identificar as notas musicais não deveria ser diferente de saber o nome das cores. Usufruir do imenso patrimônio cultural da humanidade, deixado como herança pelos grandes de todos os tempos, é um direito inalienável. Faz de cada ser humano, um ser humano mais humano. Essa deveria ser a finalidade de quem ensina música.

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