No dia 12 de junho, quase a totalidade dos 55 vereadores
eleitos da Câmara Municipal de São Paulo repudiaram os protestos em discurso,
denominando os participantes de "criminosos", "marginais" e
"delinquentes". O líder de governo na Câmara, Arselino Tatto, afirmou
que dentre os manifestantes, haveria "infiltrados" na passeata com a
intenção de desestabilizar o governo municipal. Durante a sessão, o único
legislador a se pronunciar a favor dos protestos foi o vereador Toninho
Vespoli, que foi também objeto de críticas dos seus colegas pela participação
nas manifestações.
O blogueiro (sic) Reinaldo Azevedo criticou duramente os
manifestantes em seu blog, chamando-os de "terroristas",
"baderneiros" e "ligando" os protestos ao Partido dos
Trabalhadores.
O senador Aloysio Nunes também se referiu aos manifestantes
como "baderneiros" e defendeu a ação enérgica da polícia, além de ter
criticado o prefeito Fernando Haddad por reconhecer abusos por parte da polícia
antes de qualquer investigação sobre o caso. Em resposta, o Movimento Passe
Livre declarou que os atos de vandalismo foi introduzido pela polícia militar.
A partir do dia 17 de junho, passaram a ocorrer
manifestações de repúdio à presença de bandeiras de partidos políticos nas
manifestações. Os que portavam bandeiras, por outro lado, qualificaram a
intolerância às bandeiras partidárias como fascismo.
Para o cientista político Fábio Wanderley Reis, existe neste
movimentos uma propensão "anti-institucional" e
"antipolítica".
Muitos defendem a presença de partidos em manifestações e
criticam o teor anti-partidário existente.[carece de fontes] No entanto, ainda
não está claro se o movimento seria majoritariamente apartidário ou
anti-partidário.[carece de fontes] Alguns analistas a mando do governo federal
levantaram um boato de que essa mobilização social poderia ser tomada por
grupos anti-democráticos e fascistas, com o objetivo de sufocar o seu alcance
popular. Por outro lado, há também analistas que explicam que apartidarismo não
seria um posicionamento próximo do fascismo.[carece de fontes] Apesar da
presença de grupos fascistas nas manifestações, a grande maioria das pessoas
não possuía um posicionamento político claro.
Nas palavras de um comentarista, “feministas, negros, gays,
lésbicas, sem-teto sempre denunciaram a violação de seus direitos pelos mesmos
fascistas que, agora, tentam puxar a multidão para o seu lado”. No entanto, a
disputa para a absorção dessa massa insatisfeita já começou e não se sabe se
essa massa será facilmente manobrável em direção a determinada ideologia ou se
a mesma reivindicará por mudanças fora do espectro partidário. Mas está claro
que há um déficit de democracia participativa que vai ter que ser resolvido.
* A ação policial a fim de conter os manifestantes recebeu duras
críticas, especialmente após os protestos do dia 13 de junho. A organização não
governamental (ONG) Anistia Internacional publicou uma nota onde critica a
violenta resposta policial às manifestações populares, dizendo que "vê com
preocupação o aumento da violência na repressão aos protestos contra o aumento
das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo" e que
"também é preocupante o discurso das autoridades sinalizando uma
radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes".
Outra ONG, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgou uma
nota condenando a repressão aos protestos e a prisão de jornalistas e
manifestantes. Benoît Hervieu, representante regional da RSF, afirmou que
"a Constituição brasileira está sendo desrespeitada" e que "além
da brutalidade dos policiais, as acusações contra os jornalistas não têm
fundamento." Ex-comandantes da Polícia Militar consultados pelo jornal O
Estado de S. Paulo também apontaram falhas na coordenação, planejamento e
execução da operação.
De acordo com o Movimento Passe Livre (MPL), houve cerca de
cem feridos no centro da cidade, dentre quais sete jornalistas do jornal Folha
de S. Paulo; dois deles atingidos por tiros de bala de borracha na cabeça. Um
fotógrafo d'O Estado de S.Paulo acusou um policial de atropelá-lo de propósito
com sua viatura no momento em que registrava o momento em que um outro carro da
polícia passava por cima de uma barricada em chamas montada pelos
manifestantes. Um fotógrafo da Futura Press foi atingido no rosto por uma bala
de borracha e corre o risco de perder a visão no olho ferido. No meio do
trajeto do quarto protesto, os manifestantes, que agiam de forma pacífica,
foram recebidos com truculência pela tropa de choque da PMESP, que iniciou o
confronto em diversos pontos com o objetivo de dispersar o movimento. O grupo,
em nota, afirmou que entraria com uma representação na Justiça contra a Polícia
Militar após a ação do dia 13.[carece de fontes] O prefeito da cidade, Fernando
Haddad, reconheceu que o protesto do dia 13 de junho foi marcado pela violência
policial e o secretário de Segurança Pública de São Paulo pede investigação
sobre possíveis abusos da polícia militar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário